segunda-feira, 10 de maio de 2010

Jasão e o velocino de ouro



Esão não queria mais ser rei da Tessália e deu a coroa ao seu irmão, Pélias, com uma condição: que Jasão, filho do rei Esão, assumisse o trono ao se tornar adulto. Jasão cresceu, mas Pélias não quis ceder o trono ao sobrinho alegando inexperiência...
Para acabar com a intriga, Jasão decidiu ir atrás do Velocino de Ouro para não duvidarem mais de seu direito de governar... Convocou alguns dos mais valentes jovens da Grécia que acabaram por serem conhecidos com argonautas por causa do nome da embarcação em que viajaram: Argo.
Depois de muitas aventuras, chegaram AA ilha de Colcos, onde estava o Velocino; foram bem recebidos pelo rei Aetes que ofereceu a Jasão o direito de tentar pegar o Velocino com algumas tarefas a serem cumpridas...
A primeira tarefa: atrelar dois bois que soltam fogo pelas ventas e têm cascos de bronze para arar e semear dentes de dragão. Com tranqüilidade, voz mansa e calma, Jasão conseguiu acalmar os bois e realizar a primeira tarefa...
Em sua segunda tarefa, Jasão teve que semear os dentes de dragão... A filha do rei, Medéia, se aproximou de Jasão e deu-lhe escondido talismã que o ajudaria na segunda tarefa... O jovem começou a semear, mas, logo, os dentes de dragão começaram a se tornar guerreiros e a atacar Jasão, esse lançou o talismã no meio dos guerreiros que, por causa do encanto da sagrada pedra, começaram a lutar entre si, esquecendo de Jasão...
O argonauta assistiu a batalha com tranqüilidade, até o último guerreiro cair morto... Assim, Jasão cumpriu a segunda tarefa...
Aetes disse que só faltava uma prova: enfrentar o dragão que guarda o Velocino de Ouro... Aetes ordenou que fosse de manhã, mas Medéia avisou a Jasão que seria melhor se ele fosse à noite, sem o rei saber, pois quando voltarem de manhã, já partiram direto para Tessália...
Jasão aceitou as palavras de Medéia, que deu pra ele um frasco com um sonífero para usar no dragão. Jasão fez exatamente como a princesa disse: jogou o frasco na cabeça do dragão, pegou o Velocino que estava pendurado no alto de um carvalho, voltou à cidade, embarcou no Argo com Medéia e a tripulação e partiu pra Tessália, fugindo do rei Aetes... Com ajuda dos deuses, Argo conseguiu despistar a embarcação real e se foi para o reino de Jasão...
Ao chegar a Tessália, Jasão se encontra com seu pai prestes a morrer e Medéia diz que pode trazer Esão de volta a juventude, Jasão aceitou e a princesa de Colos preparou um altar e um ritual para cumprir sua promessa... Chegou um momento em que Jasão deveria matar seu pai, mas foi fraco e não conseguiu; Medéia tomou o punhal e matou Esão... O ritual foi feito e a juventude devolvido ao antigo rei...
Jasão pediu a mão de Medéia em casamento, mas ela recusou, alegando que ele seria fraco igual a todos os homens...
Na noite seguinte, as filhas de Pélias foram falar com Medéia para realizar o mesmo ritual com o tio de Jasão, foi feito o mesmo ritual e Medéia entregou a filha mais velha de Pélias a faca, mandou-a matá-lo e assim a moça o fez... A segunda filha, para garantir que o ritual fosse feito com sucesso tornou a esfaquear o pai... As duas jogaram o corpo no caldeirão e Medéia ordenou que mexessem sem parar e fugiu...
As filhas de Pélias continuaram mexendo o caldeirão, conforme Medéia havia ordenado, na esperança de trazer o pai de volta à vida e à juventude. E, se ainda não se cansaram, devem estar mexendo até hoje...

Perseu e Medusa



Perseu é meu filho; ele buscava aventuras, fama e glória durante sua juventude para se mostrar digno de ser meu filho... Perseu chegou a um país chamado Sérifo, uma terra nua e devastada, e perguntou ao rei o que acontecera lá. A resposta foi: a Medusa, um monstro que já fora uma linda donzela e que agora está castigada por nós, os deuses... Ouvimos ela se gabando de sua beleza e a transformamos em uma ogra assustadora; quem olha diretamente pra ela, se transforma imediatamente em pedra...
Perseu prometeu que faria alguma coisa ou morreria... Meu filho fez um sacrifício a nós e nos pediu ajuda. Enviei Atena e Hermes que lhe emprestaram armamento necessário pra matar a besta...
Ele, então, rapidamente chegou à gruta da Medusa... Um chiado se elevou no ar e o monstro apareceu na porta da caverna. Seu cabelo era um emaranhado de serpentes. Escamas verdes cobriam seu corpo, dos pés à cabeça. De seus dentes arreganhados escorria veneno, e suas unhas eram garras afiadas...
Perseu não olhou diretamente pra Medusa, ele usou o reflexo do escudo e conseguiu lhe transferir um golpe que arrancou a cabeça da fera...
De lá, ele alçou vôo e viu uma mulher acorrentada, como forma de sacrifício a nós... Seu nome era Andrômeda e estava lá, pois sua mãe, Cassiopéia, se vangloriou da beleza da filha. Eu, particularmente, fiquei muito irritado, assim como todos os outros deuses, pois isso era uma afronta a nossa divindade...
Perseu salvou Andrômeda do dragão ao travar uma batalha com esse, acertou-o em um ponto desprotegido e o matou...
Cefeu, o pai de Andrômeda, e Cassiopéia choraram de alegria ao ver que a filha estava salva... Andrômeda e Perseu se casaram... Mas daí vieram mais problemas, Fineu tinha a mão de Andrômeda prometida em casamento e iria lutar por ela... Perseu se enfezou e retirou a cabeça da Medusa do saco de couro e fez com que Fineu e seus homens virassem pedra pura...
Depois, Perseu e Andrômeda se mudaram para um palácio só deles. Ficava no alto de uma colina, com uma vista maravilhosa e belos jardins cheios de plantas, flores e algumas estátuas bem diferentes...

Teseu e o Minotauro




O rei de Creta, Minos, ficou indignado quando soube que Dédalo e Ícaro fugiram voando da Cnossos. Como Dédalo era ateniense, Minos decidiu punir o povo de Atenas: a cada ano, a cidade de Atenas deveria enviar a Creta sete moças e sete rapazes para serem devorados pelo Minotauro.
Egeu era o rei de Atenas, e Teseu, seu filho, se ofereceu para sacrifício para o Minotauro, mas seu pai contestava, mas não teve jeito, Teseu iria até Creta para matar a fera e livrar a cidade do castigo tão injusto...
No dia da partida, Teseu avisou o pai de que se voltasse vivo, seriam içadas velas brancas nos barcos, do contrário, as mesmas velas pretas estarão lá... E Egeu se despediu do filho...
Chegando em Creta, Minos questionou se algum dos jovens queria clemência, Teseu se enraiveceu e disse que clemência nunca foi opção para os jovens anteriores... Ariadne, filha do rei, abominava a crueldade do pai e decidiu ajudar os atenienses... De noite, sem que ninguém a visse, Ariadne entregou um novelo de linha e uma espada para Teseu e ordenou que amarrasse uma ponta da linha na entrada do labirinto e lançasse o novelo à sua frente. Quanto à espada, ela quebrará a magia que protege o Minotauro...
No dia seguinte, Teseu fez exatamente como Ariadne havia mandado, com os atenienses o seguindo, o príncipe de Atenas encontrou o Minotauro e o matou com a espada que lhe foi dada...
Teseu foge do labirinto com seus conterrâneos e embarca para Atenas, junto com Ariadne que estava foragida do pai... O navio seguiu em uma boa velocidade até a ilha de Naxos, onde se abasteceram de água e alimento... Teseu e Ariadne davam um passeio pela praia, mas o príncipe ateniense a abandonou na ilha quando essa veio a falar sobre casamento (uma coisa de que Teseu queria distância)...
Ao chegar em Atenas, Teseu estava esquecido de que devia colocar velas brancas para anunciar que estava vivo... Egeu, acreditando que seu filho estava morto, se jogou no mar; Teseu chorou pelo pai assim como Ariadne tinha chorado por ele, mas ela encontrou alguém que soube amá-la por sua bondade e por sua coragem: o deus Dionísio.

Dédalo e Icaro




Dédalo foi o primeiro grande inventor que se tem noticia: inventou o serrote, o torno de cerâmica e o compasso. Em Cnossos, capital do reino de Creta, Dédalo planejou o palácio e o labirinto, residência do Minotauro que fica embaixo do castelo... O rei, Minos, ficou muito satisfeito com o trabalho de Dédalo e convidou-o a permanecer em Cnossos como seu hospede de honra, deu-lhe dinheiro para construir um palácio para morar e uma de suas filhas em casamento, Naucrate. Com ela, Dédalo teve um filho com ela, Ícaro, e Naucrate morreu, deixando o filho ainda menino...
Dédalo então queria voltar à Grécia, mas Minos não permitia... Depois de várias idéias e estudos, Dédalo teve uma idéia de como escapar: construir asas... Minos duvidou que esse plano pudesse dar certo e até riu de Dédalo, mas Ícaro e seu pai esperaram com paciência a brisa mais forte e começaram a voar... Ícaro estava tão ansioso que esqueceu a última recomendação do pai: não vou perto do sol.
Como as asas eram feitas de cera e penas, perto do calor do sol, elas iam derreter e assim fazer com que eles caíssem, foi o que aconteceu, já que Ícaro ia subindo cada vez mais alto... Não havia o que fazer. Impotente, Dédalo viu o filho mergulhar no mar, retirou o corpo da água, levou-o até uma ilha próxima e enterrou-o na montanha mais alta, o mais próximo do céu...

Orfeu e Eurídice



Quando menino, Orfeu foi presenteado por Apolo... O deus lhe deu uma lira, e as nove musas da arte e da poesia o ensinaram a tocá-la, e assim Orfeu se apaixonou pela música... Todos apreciavam a sua melodia...
Já adulto, ao regressar da busca pelo Velocino de Ouro, Orfeu se apaixonou por Eurídice, uma moça boa, meiga e sabia... Apolo e as musas compareceram ao casamento, mas, no começo da cerimônia, todas as tochas começaram a crepitar, enchendo o templo de fumaça e fazendo os convidados chorarem por causa da irritação nos olhos... Lágrimas em casamento é sinal de mau presságio, e esse casamento não foi exceção...
Andando pela floresta, Eurídice foi picada por uma serpente e logo morreu, quando Orfeu chegou já era tarde... Orfeu, com o coração dilacerado, decidiu que iria buscar sua amada no submundo e passo por Caronte, o barqueiro, e pelo Cérbero, o cão de três cabeças, apenas com sua música entristecedora...
Ao se encontrar com Hades, Orfeu implorou ao deus que esse permitisse que Eurídice voltasse ao mundo dos vivos, mas Hades contestou... Orfeu pegou sua lira e se pôs a tocar, assim fez tanto o rei do submundo cair em prantos, quanto sua rainha, Perséfone, que interveio em favor do rapaz...
Hades permitiu com uma condição, que Orfeu não olhasse para Eurídice antes de saírem definitivamente do subterrâneo... E assim, Orfeu o fez, se controlando para não olhar para sua amada, mas ao final do trajeto de volta, Orfeu, de tanta ansiedade, saiu antecipadamente e olhou para Eurídice que ainda estava na caverna... A alma de Eurídice voltou ao reino dos mortos...
Agoniado de tristeza, Orfeu passou o resto da vida deprimido e rejeitando qualquer mulher que se interessasse por ele... E foi por ignorar outras mulheres que Orfeu morreu... Um grupo delas, depois de serem rejeitadas, começaram a atacar o rapaz com lanças e flechas, que não conseguiram atingi-lo, pois a música de Orfeu o protegia... Elas começaram a gritar, abafando o som da música e assim conseguiram feri-lo e matá-lo...
Orfeu se foi, mas não devemos chorar por ele. Sua alma desceu ao mundo dos mortos e foi se juntar à de sua amada Eurídice. Agora, os dois estão juntos para sempre...

Rei Midas e o Toque de Ouro



Essa é a já conhecida por muitos e velha história do rei Midas, um soberano que uma vez desejou que tudo que ele tocasse, virasse ouro...
Midas era rei da Frigia, o homem mais rico do mundo, mas para ele muito era pouco e por sua cobiça sempre quis mais e mais ouro... Um dia, o deus Dionísio ouviu e viu Midas rolando numa montanha de moedas de ouro, como um porco chafurdando no chiqueiro... Dionísio começou a rir e o rei se incomodou e perguntou qual era a graça... O deus respondeu que Midas parecia um tolo, mas o rei nem se importou, só queria ganhar mais e mais dinheiro; Dionísio avisou-o que ele deveria pensar em dar do que em ganhar, mas o rei se enfezou e disse que seria feliz só tudo em que encostasse se tornasse feito de ouro... Dionísio então atendeu ao seu pedido, esperando para ver o resultado...
O rei, ao sair da sala do tesouro real percebeu que a chave e o portão haviam se transformado em peças de ouro... Midas não cabia em si de tão contente... Começou a transformar tudo o que via em ouro: árvores, flores, água, sapos, ninféias, peixes, a grama... O jardim, antes muito colorido, agora era todo amarelo cor de ouro...
Midas ordenou que lhe trouxessem uma refeição sem igual para comemorar a dádiva dada pelos deuses a ele, mas, assim como seu jardim, tudo começou a se transformar em ouro: a taça de vinho, o próprio vinho, a comida, o gato e o cachorro reais, e até sua filha, Phoebe...
Midas caiu na desgraça chamando a si próprio de “o rei mais rico do mundo, porém o mais pobre ser humano”... Dionísio, ciente do que estava acontecendo, foi até o rei, percebeu que esse havia aprendido a lição desfez o encanto e disse a Midas que ele sempre foi um homem muito bom, mas o brilho do ouro ofuscou seus olhos...
Depois de tudo ter voltado à normalidade, Midas passou a partilhar suas riquezas com quem precisava. Deixou de ser o rei mais rico, mas se tornou o mais querido...

Pigmalião e Galateia



Pigmalião era escultor, o maior de toda a Grécia. Suas estátuas davam a impressão de que estavam vivas e poderiam andar pelo mundo a qualquer instante. O sacerdotes do templo de Pafos, na ilha de Chipre, encomendaram a Pigmalião uma estátua da deusa Afrodite...
Pigmalião utilizou dos melhores recursos imagináveis da época para criar um estátua digna de um templo e que retratasse o mais fielmente possível a deusa do amor e da beleza...
Ao terminar sua espetacular obra, Pigmalião apaixonou-se e se pôs a chorar, pois teria que convocar os sacerdotes de Pafos e eles levariam a sua mais bela obra embora... O escultor não queria se separar da obra, por isso esculpiu outra muito bonita para dar aos sacerdotes no lugar da estátua perfeita... Ele realmente estava apaixonado por ela, mesmo sendo uma escultura... Pintou-a objetivando busca mais beleza e vida, mas ela continuava sendo apenas mármore... Batizou-a de Galatéia e suplicou a Afrodite que desse vida a sua amada...
A deusa, diante de tanto amor, concedeu a graça tão pedida ao escultor e deu vida a Galatéia que desceu do pedestal, transformada em carne e osso... Eles se casaram e Afrodite deu-lhes uma última benção: suas almas deixariam seus corpos ao mesmo tempo, para que nunca tivessem que se separar...

Aracne




Ela era uma jovem tecelã que fiava, tecia e bordava como ninguém que ousou dizer que era melhor costureira que minha filha, a deusa Atena, que, aliás, foi a inventora de tal arte...
Depois de ter feito uma encomenda para um rei, Aracne disse que faz um tecido bem melhor do que a deusa, o rei contestava, mas Aracne voltava ao ousar tais palavras contra minha filha, e ainda desafiou-a...
Atena então apareceu diante de Aracne, e aceitou o desafio e as duas começaram a tecer... Atena parou um pouco para descansar e lançou os olhos sobre o trabalho da adversária, a deusa ficou raiva diante da bela obra da rival que era comparável a sua própria, mas ousadia da moça era imperdoável...
Atena propôs a dar a Aracne um dom tecelão que nenhum humano poderia superar, nem mesmo a deusa... Aracne aceitou a proposta e logo foi se transformando em uma diminuta aranha... Assim, Atena cumpriu sua promessa...

Eco e Narciso



Eco era uma ninfa da floresta, muito bonita e gentil. Entre tanto, seu maior defeito era não saber a hora de parar de falar... Mesmo assim, tem quem a estime; a deusa da lua, Ártemis, sempre a chamava para lhe fazer companhia em suas caçadas... Uma vez, a minha esposa Hera, foi visitar Ártemis e acompanhou as duas em uma caça, mas Eco mal deixava elas conversarem entre si, já que não conseguia parar de falar...
Incomodada, Hera condenou Eco a nunca falar suas próprias palavras, pois sempre repetiria as palavras dos outros...
Eco se mudou para uma região onde ninguém poderia falar com ela, já que não conseguiria manter um “diálogo correto”, mas depois de um tempo, um rapaz estava caçando pelas redondezas... Ele era belíssimo e Eco se encantara com o jovem, então o seguiu pela floresta... Narciso também a notou, mas não aguentou ficar sem conseguir se comunicar e foi embora, já que Eco só repetia suas últimas palavras... Eco ficou totalmente desiludida e foi sumindo até desaparecer por completo, só restando a sua voz repetindo as últimas palavras de alheios...
Já Narciso foi castigado por Ártemis... O rapaz foi cruel e imparcial com Eco, então a deusa da lua resolveu enganar Narciso, fez com que uma fonte de água que estava numa floresta criada por ela torna-se as imagens que refletia mais belas...
Narciso viu seu rosto refletido nessa fonte e se apaixonou perdidamente, e passou o resto de seus dias admirando tão bela imagem. As ninfas encontraram uma flor onde Narciso morreu e a batizaram com seu nome, em memória do pobre rapaz que morreu de amor por si mesmo...

Perséfone e Hades





Ele, meu irmão. Dei a ele a posse do mundo subterrâneo – o inferno –, um lugar sombrio com apenas uma saída no monte Etna, portal que Hades cruzou várias vezes para o mundo exterior... Assim ele chegava a um vale de campos verdes, onde gostava de passear...
Ela, filha de Deméter. Perséfone estava um dia passeando e colhendo flores por lá. Nesse dia, Afrodite tentando demonstrar para seu filho, Eros, o poder que o amor podia exercer sobre qualquer individuo e assim dominá-lo, mandou que seu filho atirasse uma flecha em Hades (as flechas de Eros faziam qualquer um se apaixonar pela primeira pessoa que visse), então Eros mirou e acertou bem no alvo...
Hades saiu correndo apaixonado, amando tudo o que via, até que viu Perséfone, e se apaixonou perdidamente... Meu irmão raptou-a enquanto ela gritava pedindo socorro à sua mãe...
Deméter veio falar comigo sobre o rapto e exigiu que eu tomasse providências... Mas disse que nada podia fazer, já que Hades não era meu súdito, e sim meu irmão... Mandei Hermes para ver se Hades se convencia que não estava agindo corretamente e que voltas-se atrás... Deméter foi junto com Hermes e discutiu com Hades sobre o ocorrido, mas Perséfone já havia se apaixonado pelo deus do submundo... Hermes, diante da situação, tanta ajudar Perséfone e dá uma idéia: ela ficaria um semestre do ano com a mãe, e os outros seis meses com o já então marido...
Quando Perséfone fica com a mãe, Deméter manifesta sua alegria abençoando a terra, essa é a época da primavera e do verão... Nos meses que Perséfone está com o marido – que correspondem ao outono e ao inverno –, Deméter faz o frio e o vento falarem mais forte... Mas no fundo de seu coração a chama da esperança continua acesa, pois ela sabe que a primavera sempre volta...

A Caixa de Pandora




Epimeteu chorou por seu irmão, depois de um estúpido erro que Prometeu cometeu, e chegou a me pedir clemência... Porém eu fui inabalável – não podia perdoar alguém que roubou algo dos deuses, menos ainda com o furto ocorrendo em minha casa – e tive pena de Epimeteu. Ele não tinha companhia, já que o irmão estava sendo castigado, então criei uma mulher como companheira para ele. Todos os deuses deram presentes a ela: força, coragem, sabedoria, majestade, graça, inteligência, beleza, música, canto... Chamamo-la de Pandora, que significa “todos os dons”.
Epimeteu ficou muito feliz e levou-a para sua nova casa... Mostrou tudo a ela, menos uma certa caixa que ele a fez jurar de que nunca abriria... Ela se manteve firme, até um dia que ouviu a voz de uma criatura vinda de dentro da caixa, essa convenceu Pandora a libertá-la e à seus irmãos que com ela estavam... A bondade que lhe foi presente dos deuses falou mais forte e Pandora libertou as criaturas horrendas que haviam na caixa... Elas atacaram Pandora e se foram...
Epimeteu acudiu a esposa que lhe pediu desculpas sinceras por ter desobedecido... Ele pediu que ela não se culpasse, pois era em parte culpa dele que não avisara sobre os perigos que a caixa guardava. Lá estavam algumas coisas ruins que Epimeteu não havia distribuído entre os seres vivos, ele não sabia o que fazer com elas e guardou na caixa que impediria que fizessem mal alguém... Porém, da caixa saiu uma outra criatura, diferente das demais, chamada Esperança que se abrigou nos corações de Pandora e Epimeteu...

Prometeu




Prometeu era titã, uma raça gigante que dominava antes de nós, deuses... Nós travamos uma batalha com essa raça e Prometeu, junto com seu irmão Epimeteu (que também era titã), ficou do nosso lado. Logo, ganhamos e fizemos o planeta a partir dos nossos adversários mortos... Recompensamos os irmãos titãs com a tarefa de povoar o mundo com seres vivos... Entreguei a Epimeteu vários dons, os quais ele deveria distribuir aquelas criaturas, e Prometeu ficou encarregado de inspecioná-lo...
Mas Epimeteu se esqueceu dos humanos, e já não havia mais nenhum dom para beneficiá-los... Prometeu, para encobrir o deslize do irmão, foi à minha morada, o Monte Olimpo, e sem que ninguém o visse roubou do nosso fogo... Correu montanha abaixo e entregou o fogo aos homens, e esses se tornaram os senhores do mundo terreno, claro que abaixo de nós...
Fiquei furioso com o ocorrido e castiguei-o: mandei acorrentá-lo numa rocha, no topo de uma montanha, onde um abutre faminto arrancaria um pedaço de sua carne e essa se recomporia à medida que é devorada...
Às vezes, quando sua tortura se torna insuportável, Prometeu solta gemidos e tenta soltar-se das correntes, fazendo a terra tremer, isto é, ele é quem provoca os terremotos...

Nome dos mitos presentes no livro

Prometeu
A caixa de pandora
Perséfone e Hades
Eco e Narciso
Aracne
Pigmalião e Galatéia
Rei Midas e o toque de ouro
Orfeu e Eurídice
Jasão e o velocino de ouro
Dédalo e Icaro
Teseu e o minotauro
Perseu e medusa
Quando se fala em mitologia, a primeira idéia que nos vem é a dos deuses e heróis dos mitos gregos. Venho através desse blog com o objetivo de aproximar os heróis gregos do jovem leitor de hoje, contando histórias como a de Pandora, que se enreda em problemas como tantas outras mulheres curiosas deste mundo; Perséfone que enfrenta o ciúme de Deméter como muitas outras moças que escolhem um marido que não agrada à mãe; o ambicioso rei Midas que é um ser humano como muitos outros que aprendem grandes lições por meio do sofrimento e muitas outras histórias da Mitologia Grega!